Noite passada eu chorei por não saber o porque de tamanha vontade de chorar. De cansaço dormi entre soluços e me levantei no outro dia sem lembrar que calei horas antes meu despertador. Atrasada.
Tudo começou e acabou da mesma maneira: Eu, minha bolsa jogada no sofá e uma tela em branco.
Descobri que tenho medo de escrever. Medo de mexer no que está oculto e fazer acordar sentimentos internos que jurava ter engolido, digerido e cuspido – em centenas de lágrimas.
Mas eu preciso, esse é o meu trabalho.
Busquei na minha última lembrança uma gota de amor e me afoguei em pequenos sentimentos aumentados pelo tempo. Senti o que chamam de saudade e tentei convencer meu coração que ele deveria traduzir tudo aquilo para o meu cérebro em forma de palavras. De novo.
Dei um lindo fim para aquela história e terminei mais um texto de amor. Foi então que percebi que tudo aquilo não passavam de palavras imagináveis.
E então comecei a chorar por não ter mais motivos para chorar. De novo.
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