Ser cool é andar descalço na beira da praia e de chinelo no meio do shopping, desencanado. É desenhar no vidro embaçado, acenar para estranhos na rua e responder às crianças com um sorriso. É desenhar na fina camada da areia e ver desenhos em nuvens cheias de volume. É esquecer por um tempo os problemas da cabeça e as espinhas do rosto. É aceitar o troco em balas e oferecer a uma boca amarga. É jogar bola valendo uma tubaína. É mendigar um adesivo e não saber onde vai colar.
Ser cool é botar nariz de palhaço em dia de eleição e tentar votar no menos picareta. É ter um blog que você mais visita do que posta e achar o maior barato. É ter o gênio forte e o coração mole. É ser louco o bastante para meter as caras e masoquista o suficiente para botar a cara à tapa. É contar as estrelas no céu e esquecer o dia de amanhã. É conviver na desordem de um quarto e não aceitar a ordem natural das coisas. É dar as mãos por uma causa e abraçar sem motivo aparente. É conhecer novas pessoas e respeitar as mais velhas. É começar um flash mob pra reunir velhos amigos e ir de encontro ao desconhecido a fim de ter novos. É abaixar o volume da TV para escutar ao seu pai ou desligá-la e ir ler um livro. É escrever para garotos dizendo que os ama, voltar ao lar e reconhecer que a mulher da sua vida é sua própria mãe. Resumindo, ser cool é ser humano de uma forma divina.
(Anna Flávia S.)
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